Regulamentação do direito de greve do Servidor Público deve sair em 2013
Uma das prioridades do Palácio do Planalto para 2013, ano que antecede o das eleições presidenciais, promete muita polêmica e confusão no Congresso: a regulamentação do direito de greve do serviço público.
O secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, anunciou que a regulamentação de negociações coletivas entre governo e servidores públicos para aumento salarial pode receber um encaminhamento em 2013.
“Vai ser o ano em que poderemos avançar na institucionalização desse tema e também do exercício do direito de greve. A decisão da presidente Dilma Rousseff é para que se discutam os dois assuntos juntos”, disse o secretário.
Mendonça que esteve presente no final de 2012 na audiência pública sobre a política salarial das carreiras típicas de Estado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, fez sua declaração em resposta a críticas de representantes do funcionalismo, que anteriormente defenderam a adoção de negociações anuais sobre reajustes, como ocorre no setor privado.
O debate sobre regulamentação do direito de greve do funcionalismo público voltou depois que o governo Dilma ficou refém dos grevistas este ano, em movimento considerado abusivo pelo Palácio do Planalto. Será mais uma queda de braço do governo Dilma com os servidores públicos. A categoria considera que era melhor tratada pelo ex-presidente Lula.
Na proposta debatida pelo governo, está a proibição da paralisação de segmentos armados, como Polícia Federal; de operações-padrão para ofuncionalismo público em geral; e a redução do salário dos grevistas, mesmo que os servidores trabalhem mais para compensar os dias parados. Seria uma punição pelos prejuízos causados. O efetivo mínimo de servidores trabalhando durante a greve, geralmente 30%, deve variar de acordo com o setor. Em uma UTI, por exemplo, esse patamar teria que ser maior.
Especialistas acreditam que a proposta deve encontrar resistência no PT, já que o funcionalismo público compõe sua base. De origem sindical, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) admite que a discussão é polêmica, mas concorda com a regulamentação, desde que não restrinja o direito de greve.
Propostas
O secretário informou que o Executivo ainda não decidiu se vai encaminhar um projeto ao Congresso sobre a regulamentação do direito de greve e da negociação coletiva ou se vai apoiar alguma das propostas que já tramitam na Câmara.
Existem, pelo menos, 11 textos sobre os temas na Casa (PL 4497 /01e apensados: PL 5662/2001 ; PL 6032/2002 ; PL 6141/2002 ; PL 6668/2002 ; PL 6775/2002 ; PL 1950/2003 ; PL 981/2007 ; PL 3670/2008 ; PL 4276/2012 ; PL 4532/2012)
A PL 4497/01, de autoria de Rita Camata - PMDB/ES, Regulamenta o disposto no art. 37, inciso VII da Constituição Federal de 1988 e dispõe sobre os termos e limites do exercício do direito de greve pelos servidores públicos e atualmente aguarda parecer na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)
Leia PL 4497/01 na íntegra:
Nenhum comentário:
Postar um comentário