Envolvido em suspeitas de destinação política de recursos públicos, o
ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, informou
nesta quinta-feira que o próprio governo pediu a seu irmão, Clementino
Coelho, então diretor de infraestrutura da Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), que deixasse a empresa
estatal. Sua exoneração foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
Clementino Coelho chegou a ocupar interinamente a presidência da
Codevasf após o cargo ter ficado vago. Para a oposição, o caso pode ser
classificado como nepotismo, prática vedada pela legislação brasileira.
"Não houve a caracterização do nepotismo em função de que ocorreu uma
vacância do cargo e ele respondeu pela presidente da Codevasf por força
de uma disposição estatutária. Para eliminar qualquer ruído ou qualquer
dúvida, o próprio governo resolveu solicitar (a saída) e ele mesmo
entendeu a situação. Ele mesmo pediu para sair dos quadros da empresa",
explicou Bezerra, após prestar depoimento na Comissão Representativa do
Congresso Nacional, convocada durante o recesso parlamentar.
Apesar das denúncias, ele afirmou estar "animado" para dar
continuidade aos projetos do Ministério da Integração e disse contra com
o "apoio" e "carinho" da presidente Dilma Rousseff.
Durante a audiência da Comissão Representativa, o ministro também
rechaçou a tese de que seu filho, o deputado federal Fernando Coelho
Filho (PSB-PE), tenha sido privilegiado e o único a ter 100% de suas
emendas parlamentares empenhadas.
De acordo com o chefe da Integração, 221 parlamentares apresentaram
emendas na pasta, 138 tiverem suas propostas empenhadas e não só Coelho
Filho, mas outros 53 parlamentares também tiveram 100% de seus projetos
garantidos com recursos pelo ministério. "Não é correto afirmar que
apenas um teve 100% empenhado. Cinquenta e quatro parlamentares tiveram
100% de suas emendas empenhadas", disse ele.
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